Não há regras para boas fotos, apenas há boas fotos
(Ansel Adams)
(Ansel Adams)
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
AQUI - Onde a Ria é mãe
AQUI - Onde a Ria é mãe
Se me tivessem perguntado onde gostaria de nascer,
diria que aqui, onde nasci; na borda-d'água!
Aqui: Onde as proas rumam a norte, cruzando as vagas.
Onde as boinas pretas - à re - movem a barca e a vida.
Onde um par de braços fortes desafia a miséria.
Onde as redes rasgam as águas, arrancando-lhe pão e vinho.
Aqui: Onde as cores se misturam e os cheiros se confundem.
Onde o Arrais refresca as mágoas com gotas de suor e maresia.
Onde a mulher é esposa e amante e camarada e cúmplice.
Onde os filhos são aprendizes de uma sina herdada ao nascer, esperançosos de a mudar.
Aqui: Onde o remar é poesia. Onde a Ria é mãe!
Poema - Francisco José Rito
Foto - António Tedim
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
GENTES DA RIA
GENTES DA RIA
As gentes da Ria
são feitas de coragem.
De calos nas mãos;
de pele tisnada;
de orgulho e de saber.
São mãos de trabalho,
atarefadas,
porque as marés não têm travão.
A água passa a correr
e leva o pão,
a quem não o souber agarrar.
São gente de bem,
que canta e que chora;
que reza e pragueja;
que ri da própria sorte;
que luta e vence.
Gente de poucas posses
mas de grandes sonhos...
Poema: Francisco José Rito
Foto: António Tedim
quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
FOI MENOS MAL
FOI MENOS MAL – Ao Arrais Marco
Rasga-se o céu
em grasnos agudos,
a salpicar de esperança
os seus ouvidos.
Sol de pouca dura...
À praia chegam
quatro escamas
a saltitar no saco…
E as gaivotas
bailam inquietas
por cima dos cabelos grisalhos,
ansiosas pelo seu quinhão.
-Foi menos mal! Grita o Arrais
Um bálsamo,
a refrescar-lhe os corpos cansados,
mas não rendidos.
Poema - Francisco José Rito
Foto - António Tedim
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